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Capítulo 9 - O mundo as vésperas do século XVI

- Formação das monarquias na Europa

As monarquias da Europa é um tipo de forma de organização política que dá origem aos Estados nacionais europeus, a partir do século X, como decorrência do renascimento comercial e urbano e da crise do feudalismo. Esse tipo de monarquia é caracterizado pelo fortalecimento do poder real, que passa a se estender por toda a nação. A formação das Monarquias nacionais européias é um processo lento e desigual, marcado por revoluções, guerras civis, disputas territoriais e conflitos com a Igreja.
Com o surgimento das cidades e o enfraquecimento do poder da nobreza, a figura do rei ganha importância. Ele passa a centralizar o poder político e a estender sua soberania sobre toda a nação - definida na Idade Média como unidade lingüística, religiosa, cultural e histórica dentro de determinado território. O monarca procura se ‘’ destacar ‘’ também ao poder do papado, limitando os privilégios da Igreja, como isenção de impostos, tribunais próprios e direito de intervir nos assuntos nacionais.
Nesse processo de centralização de poder, os reis contam com o apoio de uma nova classe social, a burguesia, que ascende com o desenvolvimento do capitalismo. Interessados na formação de um mercado nacional, os burgueses querem ainda libertar-se das estruturas feudais. As reivindicações burguesas, como a cobrança de pedágios e impostos, e a uniformização de pesos e medidas, necessárias ao fortalecimento do mercado interno e à expansão comercial, são atendidas pela unificação do poder nacional.
A centralização do poder se dá com a monopolização das forças militares e a administração da nação como um todo. A criação de novas leis escritas, em substituição às leis feudais, marca o nascimento da burocracia moderna. Também são organizadas forças militares mercenárias, que permitem ao rei cobrar impostos com mais eficiência, manter o controle do território nacional e ampliar seus domínios. O soberano passa a controlar as igrejas nacionais, sobrepondo seu poder ao do papa, e a intervir nos assuntos religiosos. A transformação da corte real em corte suprema de justiça da nação é o passo final para a consolidação da autoridade real, que, no século XVII, atinge seu auge e dá origem ao absolutismo.
Considerada a primeira da Europa, a Monarquia nacional portuguesa tem início em 1385, após a revolução burguesa que coloca no trono o rei dom João I, da dinastia Avis. Na Espanha, a consolidação da Monarquia acontece em 1492, com a união dos reinos de Aragão e de Castela, depois do casamento dos reis católicos Fernando e Isabel.



MONARQUIA FRANCESA – Na França, o poder real começa a se fortalecer durante a dinastia fundada por Hugo Capeto  que se estende de 987 a 1328. Durante o reinado de Felipe IV, o Belo (1268-1314) são cobrados impostos sobre os bens do clero. A escolha de um papa francês, Clemente V, leva ao estabelecimento da sede do papado na cidade francesa de Avignon, em 1306. Em decorrência das disputas entre a Monarquia francesa e o poder da Igreja, a cristandade ocidental se divide entre dois papas: um em Roma e outro em Avignon. Esse período fica conhecido como o Cisma do Ocidente (1376-1417). A Monarquia nacional francesa se consolida após a Guerra dos Cem Anos, que garante a soberania do rei Carlos VII (1403-1461), da dinastia Valois, sobre todo o território francês e a insatisfação da burguesia com a peste negra (doença que tem origem dos ratos contaminados dos navios)

MONARQUIA INGLESA – Tem início quando Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia, invade a Inglaterra, em 1066. Vitorioso, ocupa o trono e procura manter sua autoridade sobre a nobreza. Em 1215, a nobreza feudal, os cavaleiros e os burgueses impõem ao rei João Sem Terra (1199-1216) a Magna Carta, que limita os poderes reais. O documento impede o soberano de aumentar os impostos e mudar as leis sem a aprovação do Grande Conselho, assembléia dos nobres do reino. Durante o reinado seguinte, de Henrique III, o Grande Conselho passa por importantes mudanças em sua composição, que dão origem ao Parlamento inglês, formado pela Câmara dos Lords (que reúne representantes do alto clero e da nobreza) e pela Câmara dos Comuns (que agrega representantes da burguesia). O poder dos barões feudais e dos cavaleiros ingleses é abalado com a Guerra dos Cem Anos. Após a Guerra das Duas Rosas, a dinastia Tudor consolida o poder real na Inglaterra.
- Portugal e Espanha
A Península Ibérica foi povoada por celtas , lígures e iberos , sofrendo invasões dos visigodos , no final do Império Romano , e dos árabes , no século VIII . A formação dos Estados na região  , durante a Baixa Idade Média , está estreitamente ligada à Guerra De Reconquista dos territórios tomados pelos muçulmanos . Esta guerra serviu de base para a formação das monarquias centralizadas espanhola e portuguesa .
Os reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão juntaram forças para uma longa guerra que chegou ao fim somente no século XV. Nesse processo, os reinos participantes desta guerra buscaram o auxílio do nobre francês Henrique de Borgonha que, em troca, recebeu terras do chamado condado Portucalense e casou-se com Dona Teresa, filha ilegítima do rei de Leão. Após a morte de Henrique de Borgonha, seu filho, Afonso Henriques, lutou pela autonomia política do condado.



A partir desse momento, a primeira dinastia monárquica se consolidou no Condado Portucalense dando continuidade ao processo de expulsão dos muçulmanos. As terras conquistadas eram diretamente controladas pela autoridade do rei, que não concedia a posse hereditária dos feudos cedidos aos membros da nobreza. Paralelamente, a classe burguesa se consolidou pela importante posição geográfica na circulação de mercadorias entre o Mar Mediterrâneo e o Mar do Norte.

No ano de 1383, o trono português ficou sem herdeiros com a morte do rei Henrique I. Nesse momento, o reino de Castela tentou reivindicar o domínio das terras lusitanas apoiando o genro de Dom Fernando. Sentindo-se ameaçada, a burguesia lusitana empreendeu uma resistência ao processo de anexação de Portugal formando um exército próprio. Na batalha de Aljubarrota, os burgueses venceram os castelhanos e, assim, conduziram Dom João, mestre de Avis, ao trono português.

Essa luta – conhecida como Revolução de Avis – marcou a ascensão de uma nova dinastia comprometida com os interesses da burguesia lusitana. Com isso, o estado nacional português se fortaleceu com o franco desenvolvimento das atividades mercantis e a cobrança sistemática de impostos. Tal associação promoveu o pioneirismo português na expansão marítima que se deflagrou ao longo do século XV.
- Espanha
Por volta do século XI, esses reinos católicos resolveram formar exércitos que – inspirados pelo movimento cruzadista – teriam a missão de expulsar os “infiéis” muçulmanos daquela região. A partir de então, a chamada Guerra de Reconquista se alongou até o século XV. Com o desenvolvimento desses conflitos, os diferentes reinos participantes do combate conseguiram reduzir a presença dos muçulmanos e conquistar novas terras que enriqueceram tais governos.

Durante essas guerras, os reinos ibéricos conseguiram a participação do francês Henrique de Borgonha, nobre que participou da guerra em troca do controle sob as terras do Condado Portucalense. Anos mais tarde, essa região deu origem à Monarquia Nacional Portuguesa. Já no século XV, a hegemonia dos reinos católicos era garantida pelo reino de Castela, que controlava a grande maioria das terras da Península Ibérica nesse período.

Em 1469, a presença muçulmana estava restrita ao Reino Mouro de Granada. Nesse mesmo ano, os territórios do Reino de Castela e Aragão foram unificados graças ao casamento entre os monarcas cristãos Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Depois disso, novos exércitos foram responsáveis por expulsar os muçulmanos definitivamente com a tomada de Granada, no ano de 1492. A partir de então, esse reino passou a fortalecer-se com franco incentivo ao comércio marítimo.

BIBLIOGRAFIA


LIVRO DIDÁTICO HISTÓRIA GERAL E DO BRASIL CAPÍTULO 9 ( O MUNDO ÀS VÉSPERAS DO SÉCULO XVI)
DICIONÁRIO LUFT 

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